Consagração especial: a família Orionita e o Sumo Pontífice

Vatican News

Desde a sua mais tenra juventude, Luís Orione, cuja memória é celebrada neste 12 de março, nutria particular afeição pela figura do Papa. A partir de sua origem cristã e católica, cultivada por sua mãe, Carolina Feltri Orione, sempre lutou pela Igreja e seus ensinamentos. Isto sobretudo diante de uma sociedade que se tornava cada vez mais antieclesial, provocando o afastamento das famílias que sempre professaram a fé cristã. No final do século XIX, Luís iniciou sua vida no seminário. Primeiramente adentrou o Seminário de Voghera, dos Franciscanos, e posteriormente o Seminário Salesiano de Valdocco, próximo a Turim. No entanto, foi no Seminário Diocesano de Tortona, nas proximidades de sua cidade natal, que percebeu a necessidade de servir a Igreja e defender seus valores que, na época, eram combatidos por grupos sociais anticatólicos. Assim, teve uma ideia juvenil, que depois se tornara seu ideal: servir a Igreja e conquistar o coração dos fieis por meio da caridade. Sua ideia primordial era unir os colegas de Seminário e fundar a “Companhia do Papa”. Chegou até mesmo a esboçar um projeto e fez muitos encontros com seus colegas do Seminário com a finalidade de sempre exaltar a figura do Sumo Pontífice e valorizar seus ensinamentos. Numa grande reunião, no Teatro de Tortona, organizada pela corporação contra a Igreja e contra o Papa, congregou um grupo de jovens e, entre risadas e assovios, espalhados pela grande plateia, dispersou os participantes, que abandonaram o local e voltaram para suas casas. Dom Luís Orione faleceu no dia 12 de março, em Sanremo.

O 4º voto: especial fidelidade ao Papa

Os Filhos da Divina Providência, seguindo os passos de São Luís Orione, se propõem viver aos pés da Igreja, com o propósito de servir e atuar em todas as iniciativas do Sumo Pontífice, sobretudo nos períodos ou situações onde a figura do Papa é ultrajada. Os orionitas então, desde 1906, passaram a professar o 4º voto de especial fidelidade ao Papa, com o dever de vivenciar o Magistério Pontifício e trazer para a Igreja e para o Papa todos os cristãos dispersos.

De fato, numa carta a seus religiosos de 1922, Dom Orione escreve seu programa espiritual, que se torna, o modelo e o programa de vida dos Orionitas ao longo de sua história em todas das décadas e com todos os Sumo-Pontífices. Nela, ele afirma com veemência: “Este é o desejo de minh'alma ardente; mas, antes de tudo, o meu doce o meu maior amor é o Papa, ou seja, Cristo: para mim e para vós, o Papa é o próprio Jesus Cristo: "o doce Cristo na terra", dizia Catarina de Sena. Amar o Papa é amar Jesus Cristo. Devemos considerar como uma singular graça do Céu o podermos gastar, consumir e dar a vida humildemente e com fidelidade, aos pés da Igreja e pela Santa Igreja, pelos Bispos e pelo Papa”.

A celebração dos 10 anos de magistério do Papa Francisco

Para vivenciar a fidelidade ao Papa e à Igreja, e aproveitando a ocasião dos 10 anos de pontificado do Papa Francisco, os Orionitas elaboraram um projeto que implica no envolvimento de todos os fiéis da Família Carismática Orionta. A ideia é celebrar estes 10 anos como um especial evento eclesial, capaz de tocar o coração dos cristãos e fortalecer os laços como família, orionita e católica. Este movimento marca e exalta o destaque eclesial, acenado pelo IV Voto, recordando o Santo Fundador que ensinou como um dever: “fazer conhecer e servir o Papa, nosso amantíssimo Pai, chefe universal da Igreja e Vigário de Deus entre os homens”, sobretudo nestes tempos em que pervade na sociedade e mesmo dentro da Igreja uma certa rejeição ao seu Pontificado.

Em comemoração aos 10 anos, terá lugar a “Jornada do Papa Francisco”, de 13 a 19 de março, período em que cada religioso orionita e cada membro do Movimento Laical Orionita, de diversas partes do mundo rezará uma Ave Maria sempre colocando a intenção: “Pelo Santo Padre, o Papa, sua vida e seu pontificado”. Também as comunidades religiosas, paróquias e entre os assistidos, na oração do Rosário destes dias, exporão a imagem do Papa e diante dela acenderão uma vela ou candeeiro, para rezar o Terço em sua intenção.

Entrevista do Padre Antônio Bogaz ao Vatican News

Em entrevista ao Vatican News, Pe. Antônio Bogaz recordou ainda que: “Neste momento, onde alguns grupos, ainda que minoritários, mas barulhentos, rejeitam este grande Papa dos povos e dos pobres, nós orionitas renovamos nossa fidelidade à Igreja e ao seu servus servorum Dei. Na fé, na afeição e na fidelidade, “somos todos Francisco”.

*Com informações de Padre Antônio Sagrado Bogaz, sacerdote orionita

Mestre em Teologia Sistemática pela Universidade Gregoriana e Doutor em Liturgia pela Pontifícia Universidade Santo Anselmo, Itália e em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente exerce a função docente em Teologia Patrística no Instituto Teológico de São Paulo.

 
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