A Vivência da Páscoa
Crédito da foto - Casa de Retiro Santo André

A Páscoa de Jesus e a Páscoa dos cristãos – “primeiro dia da vida nova”

Vivemos em Igreja o tempo do grande retiro da quaresma. E as grandes dificuldades pelas quais estamos passando neste tempo de pandemia, transformou a Quaresma num tempo ainda mais forte de preparação para a Páscoa, pois as práticas quaresmais recomendadas pela Igreja: a oração, o jejum, e a caridade, assumiram tantas e as mais variadas manifestações de jejum, oração e solidariedade.

As fortes emoções do Tríduo Pascal, estão ainda muito presentes em nossos corações. Acompanhamos Jesus em sua entrega de amor na Ceia pascal, em sua entrega de amor na Cruz, e em sua entrega de amor como Ressuscitado, Vivo no meio de nós. E a Boa Nova de Jesus ressoa em nossos corações: “Eis que estou convosco até o fim dos tempos” (Mt 28,20).

Jesus ressuscitado, vive no meio de nós! E como nos diz o Papa Francisco na homilia do segundo domingo da Páscoa, deste ano: “depois de sua ressurreição, Jesus realiza a ‘ressurreição dos discípulos’ e levantados por Jesus, mudam de vida” . Sim, a ressurreição de Jesus é também a nossa. São Paulo nos diz: “pelo batismo fomos sepultados com ele na morte para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também nós vivamos vida nova” (Rom 6,4). E ainda: “Se alguém está em Cristo, é uma nova criatura. Passaram-se as coisas antigas; eis que se fez uma realidade nova” (2Cor 5, 17). Como diz São Gregório de Nissa em sua homilia para a Páscoa: o dia da ressurreição de Jesus é “o primeiro dia da vida nova” .

Agora no Tempo Pascal, nos cinquenta dias até a festa de Pentecostes, festa do dom do Espírito, vamos sendo introduzidos na dinâmica da vida nova. Este tempo é como um retiro pascal, uma mistagogia, uma catequese para nos exercitar na vivência do que significou e significa a Páscoa: nos exercitar na vida de filhos e filhas de Deus. A Igreja, através da Liturgia, nos ajuda a perceber o que é viver a vida nova, viver sendo discípulo, seguidor de Jesus: discípulo-missionário. Nos Atos dos Apóstolos, ao serem os Apóstolos libertados da prisão, o Anjo lhes diz: “Ide falar ao povo, no Templo, sobre tudo o que se refere a este modo de viver”  ( Atos 5,19). E que modo de viver é este que devem anunciar, senão o modo de viver de Jesus. A vida de Jesus sempre foi o compromisso com a VIDA, devolver a dignidade humana aos homens e mulheres de seu tempo e aos de todos dos tempos. (ver João 10,10). Os Apóstolos, na força da Paz do Ressuscitado, são fiéis às palavras de Jesus: “Ide, e fazei que todas as nações se tornem meus discípulos, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a observar tudo quanto vos ordenei”. (Mt 28,19)

Irmã Maria Cacilda Degaspare, rsa

 
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